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14 janeiro, 2011

Solitude

imagem by site fotográfico Devian Art










 

agora que me reencontrei
não quero me perder novamente
sempre me tive inteira

no alto do abacateiro
estudando para a prova de geografia
(cada rio e afluentes tinham uma cor diferente)
escondida atrás do toco,
ou quando pulava a cerca
a perambular pelas ruas
para livrar-me de uma surra
sempre me tive inteira
 
a quem reclame da solidão
ela é minha maior riqueza
não posso lhe dar o que não tenho
e tudo que tenho você pode ter

com a porta do coração trancada
(para garantir minha solidão)
estou cá do lado de fora
mas não vejo grande coisa
nessa grande metrópole
ouço sons que desagradam,
os cheiros tapam-me as narinas
queimam a garganta
e a sinusite já não permite
que eu levante os olhos
sem franzir a testa

desgosta-me o que vejo
irrita-me o que escuto

estar só comigo mesma
é tudo o que mais quero
quantas e quantas vezes
desejei ser uma ermitã
viver a esmo,
cheia de idéias vãs
morar numa cabana
comer palmito e banana
nunca ter que passar roupas
sem hora para acordar
nem contas para pagar

quero a paz de um riacho com sua melodia e perfume
quero o cheiro da relva repleta de vagalumes

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