Na sua garganta continha o doce som da música,
que saia de sua boca quase fechada.
Sua face tranquila era o reflexo daquela música
que ela sussurrava com tanta naturalidade.
Não conhecia francês, mas sentia a música,
sentia a paz e o prazer de estar viva e poder cantar.
Até que se deparou com o espelho...
A tranquilidade aos poucos se esvaiu e
foi, então, que não se reconheceu.
Viu o medo em suas mãos envelhecidas,
que cheias de pudor, pousavam em sua garganta.
Sentiu a tensão endurecendo seu rosto,
rusgas de preocupação crispavam sua testa,
o contorno de seus olhos e de sua boca
Cantara, sim, mas como se fosse a outra.
Como se a ela não lhe fosse permitido cantar,
viu seus olhos brilharem e se comoveu;
aos poucos a música foi sumindo e
dando lugar a um pavor sem tamanho.
dando lugar a um pavor sem tamanho.
Recompôs-se nessa nova combinação
e engoliu a seco a realidade
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