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25 novembro, 2009

Casulo

tudo tão morno
tão calmo

parado
seguro

eu vou
mas volto

espere-me
com bandagens
e anticépticos

ou apenas
um beijo




22 novembro, 2009


Se a dor passar
e eu poder olhar
com olhos de esperança
a vida que corre rápido
sem querer saber se posso
caminhar por estradas espinhosas
que atiçam minhas feridas ainda em chagas abertas

Se a dor passar
e eu querer ver o sol que desponta no amanhecer
usufruir de cada raio seu
para aquecer e iluminar minha alma tenebrosa

Voltarei a viver
se a dor passar...

12 novembro, 2009

Renascer


essa garoa que molha a minha pele
ameniza a aridez contida
a secura de toda uma vida

fico na chuva
esperando renovação
quisera eu renascer
cheio de fé e esperança
com a curiosidade de uma criança

07 novembro, 2009

Fragmentos



preencho as lacunas
do tempo
com versos
amor

busco na tua
ausência
a flor

perfumes
incensos
ungüentos
para aliviar
a dor

01 novembro, 2009

Repetidas vezes meu silêncio é quebrado por vários gritos de inúmeros lugares, mas ele finge não ouvir e continua quieto.
Quando despertará?
Preciso de um grito em meu silêncio; um grito que ecoe pelos quatro cantos do mundo... Ou de minha vida....
Um grito tão forte que rompa com toda a minha inércia, com toda minha pouca fé ou minha fé nenhuma...
Um grito que me faça crer na razão de existir, na razão da escolha, na diferença entre o bem e o mal, entre o ódio e o amor.
Um grito que me faça fazer porque é preciso ser feito. Acreditando que nada está premeditado, que tudo é feito segundo a nossa vontade...
"Já está escrito, já está previsto." Será isto verdade?!
Mesmo que eu realize a melhor coisa não terei praticado bem algum, pois a missão já me havia sido imposta, ou a pior coisa, não terei pecado?
Ou então, não há nada além desse mundo e se não nos realizarmos aqui teríamos tido uma vida inútil; aí então eu estaria perdendo todo o meu tempo com meu silêncio e escuta...
Mas não creio nisto, não sinto isto.
Em meu silêncio escuto sons vindo de longe, do infinito, e alguma coisa me puxando pra lá.
Alguma coisa doce, fresca como a brisa do amanhã em meio a relva!
E é isto que me acalma e mata o desespero que por ora se apossa de mim, que me tira a angústia da alma, dando-me a calma e a sensação de poder voar como uma borboleta, de poder exalar perfume como as flores e que acima de tudo me dá um gosto enorme do viver!