Folha em branco, tanto faz
papel machê, papel de pão
tudo vira canção
Tive um caderno
dum papel que tinha na venda
minha mãe não escrevia,
no entanto, fazia poesia
e essa foi por encomenda
Feito de um papel cinza
que de pintinhas vermelhas era cheio
dobrado com carinho
ia rimando direitinho com a costura do meio
Dia a dia cozinhando
as palavras na panela
os versos saiam fumegando
iam bater na minha janela
E aqueles que ela assava
nas folhas de bananeira
eu pequenina olhava
extasiada e faceira
Hoje teu verso, Mãe,
ficou suspenso no ar
espalha dor e saudade
de quem sempre vai te amar
papel machê, papel de pão
tudo vira canção
Tive um caderno
dum papel que tinha na venda
minha mãe não escrevia,
no entanto, fazia poesia
e essa foi por encomenda
Feito de um papel cinza
que de pintinhas vermelhas era cheio
dobrado com carinho
ia rimando direitinho com a costura do meio
Dia a dia cozinhando
as palavras na panela
os versos saiam fumegando
iam bater na minha janela
E aqueles que ela assava
nas folhas de bananeira
eu pequenina olhava
extasiada e faceira
Hoje teu verso, Mãe,
ficou suspenso no ar
espalha dor e saudade
de quem sempre vai te amar