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17 dezembro, 2010

Virada cultural 2009

encostei meu ouvido na boca do poeta
de enorme língua azul
que soprava mansos versos de carícias
no fundo m!alma

"o pássaro azul está preste a pousar
no vazio de suas mãos
de que maneira senão na ausência...”

num vôo meio que distraído
esbarrei em algumas acrobacias
em pleno ar

num vôo alto e certeiro
descansei meu coração
 no galho da romãzeira
enquanto, a “doce solidão”
gritava em meio à multidão

num errante e alucinado vôo
aterrissei  m!alma
entre cacos e navalhas
e fui dormir na cama alheia

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