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14 dezembro, 2010

O poema


há palavras
acenando-me
como roupas no varal

há palavras
dormindo comigo
embaixo do travesseiro


perturbam
o meu sono
entram
pelos meus ouvidos
cutucam
o meu ego
gritam
no meu pesadelo

há palavras
no tapete
embaixo do meu chinelo
gemendo,
gemendo
querendo sair

há palavras
nas conversas
inversas
na contra mão

as palavras
esperam,
anseiam
que eu rompa
o silêncio
e deite
no próximo vazio
o poema


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