há minas em mim em explosões desventrando-me e cem ou mais reflexões
2.
fizeram-me pensar nas horas e tantas do pulsar de meu corpo de forma inédita neste céu vítreo onde desen cavo espessos fantasmas espessos
3.
agora mesmo agora estou aqui sem padre nem madre numa fria nesta manhã em que me meti
4.
um cancro me revolve há tempos tenho pó dentro de mim não tenho dó e não sei onde isso tudo vai parar como se parar fosse o caminho ou morrer fosse outro caminho
5.
entre o paraíso e o inferno não consigo sair desta nem com reza nem com ajuda de deuses demônios de judas e do gato de botas
6.
estou aqui ancorado lado a lado num relance de dados a estalar dedos iodados onde ando a sorver tua ira contra tudo e contra mim e contra todos que te arremessam pedras nesse lixo cru abismo
7.
assim como eu acenava com a vida por um fio ouvias os surdos nadas a arder pelas bordas inteiras as texturas das armadilhas
8.
à procura da véspera lascas de carnes expuseram teus ossos em trapos e tudo que posso no fosso (a)fundo traço planos vários em retr atos
9.
estou farto desta línguaviva solta e distante que nos envolve a vulva de saliva que me mastiga que te castiga as fendas tecidas
10.
estou farto desta poesia sem azia sem língua e má digestão que se perde anárquica abortiva sem combustão mas viva ativa altiva incerta amarrotada
11.
não quero o poema áspero e frio sem riso a ranger dentes conciso ao avesso quero o poema esvaindo-se (s)em demônios em silêncios suicidas
Sendo assim, que aproveitemos muito bem essa escassez.
ResponderExcluirAbraços abundantes!
eu tb andei por lá...
ResponderExcluirabraço
reflexões
ResponderExcluir1.
há minas
em mim em explosões
desventrando-me
e cem ou mais reflexões
2.
fizeram-me
pensar nas horas
e tantas do pulsar
de meu corpo de forma inédita
neste céu vítreo onde desen
cavo espessos fantasmas espessos
3.
agora
mesmo agora
estou aqui sem padre
nem madre numa fria
nesta manhã em que me meti
4.
um cancro
me revolve há tempos
tenho pó dentro de mim
não tenho dó e não sei
onde isso tudo vai parar
como se parar fosse o caminho
ou morrer fosse outro caminho
5.
entre
o paraíso e o inferno
não consigo sair desta
nem com reza nem com ajuda
de deuses demônios de judas
e do gato de botas
6.
estou aqui
ancorado lado a lado
num relance de dados
a estalar dedos iodados
onde ando a sorver tua ira
contra tudo e contra mim
e contra todos que te arremessam
pedras nesse lixo cru abismo
7.
assim
como eu acenava
com a vida por um fio
ouvias os surdos nadas
a arder pelas bordas inteiras
as texturas das armadilhas
8.
à procura
da véspera
lascas de carnes
expuseram teus ossos
em trapos e tudo que posso
no fosso (a)fundo traço
planos vários em retr
atos
9.
estou farto
desta línguaviva
solta e distante
que nos envolve
a vulva de saliva
que me mastiga
que te castiga
as fendas tecidas
10.
estou farto
desta poesia sem azia
sem língua e má digestão
que se perde anárquica
abortiva sem combustão
mas viva ativa altiva incerta
amarrotada
11.
não quero
o poema áspero e frio
sem riso a ranger dentes
conciso ao avesso
quero o poema esvaindo-se
(s)em demônios em silêncios
suicidas
12.
quero o poema mudo
Quando a vida caça flores, está à procura de momentos felizes mas nem sempre encontra os jardins onde elas estarão, beijos.
ResponderExcluir... posso divulgar o meu livro de poemas aqui também?
ResponderExcluirAbraços!
Olá, obrigada a todos pela presença.
ResponderExcluirJúlio, sinta-se à vontade. Pode divulgar.
Beijos.
Talvez porque a vida é frágil e bela como uma pétala
ResponderExcluirComo um verso em flor
Curto mas belo.
Bjo.
Nicast, muito obrigado.
ResponderExcluirEu só estava brincando.
Abraços!