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20 agosto, 2011



escassa a vida
na escassez dos  olhos
no mínimo espaço
no enlaço do tempo

escassa a vida
anda na vila
a caça de flores



8 comentários:

  1. Sendo assim, que aproveitemos muito bem essa escassez.

    Abraços abundantes!

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  2. reflexões


    1.

    há minas
    em mim em explosões
    desventrando-me
    e cem ou mais reflexões

    2.

    fizeram-me
    pensar nas horas
    e tantas do pulsar
    de meu corpo de forma inédita
    neste céu vítreo onde desen
    cavo espessos fantasmas espessos

    3.

    agora
    mesmo agora
    estou aqui sem padre
    nem madre numa fria
    nesta manhã em que me meti

    4.

    um cancro
    me revolve há tempos
    tenho pó dentro de mim
    não tenho dó e não sei
    onde isso tudo vai parar
    como se parar fosse o caminho
    ou morrer fosse outro caminho

    5.

    entre
    o paraíso e o inferno
    não consigo sair desta
    nem com reza nem com ajuda
    de deuses demônios de judas
    e do gato de botas

    6.

    estou aqui
    ancorado lado a lado
    num relance de dados
    a estalar dedos iodados
    onde ando a sorver tua ira
    contra tudo e contra mim
    e contra todos que te arremessam
    pedras nesse lixo cru abismo

    7.

    assim
    como eu acenava
    com a vida por um fio
    ouvias os surdos nadas
    a arder pelas bordas inteiras
    as texturas das armadilhas

    8.

    à procura
    da véspera
    lascas de carnes
    expuseram teus ossos
    em trapos e tudo que posso
    no fosso (a)fundo traço
    planos vários em retr
    atos

    9.

    estou farto
    desta línguaviva
    solta e distante
    que nos envolve
    a vulva de saliva
    que me mastiga
    que te castiga
    as fendas tecidas

    10.

    estou farto
    desta poesia sem azia
    sem língua e má digestão
    que se perde anárquica
    abortiva sem combustão
    mas viva ativa altiva incerta
    amarrotada

    11.

    não quero
    o poema áspero e frio
    sem riso a ranger dentes
    conciso ao avesso
    quero o poema esvaindo-se
    (s)em demônios em silêncios
    suicidas

    12.

    quero o poema mudo

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  3. Quando a vida caça flores, está à procura de momentos felizes mas nem sempre encontra os jardins onde elas estarão, beijos.

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  4. ... posso divulgar o meu livro de poemas aqui também?

    Abraços!

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  5. Olá, obrigada a todos pela presença.

    Júlio, sinta-se à vontade. Pode divulgar.

    Beijos.

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  6. Talvez porque a vida é frágil e bela como uma pétala
    Como um verso em flor

    Curto mas belo.

    Bjo.

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  7. Nicast, muito obrigado.
    Eu só estava brincando.
    Abraços!

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