perdi a mão para fazer poemas
as coisas parecem óbvias demais
não quero discursar sobre os mesmos temas
perdi a fé no dizer e nas palavras
tenho uma vazio no peito que pesa feito chumbo
cheio de amarras e profundo
ainda não perdi o gosto no olhar
só preciso aprender a escrever nuances
com a mesma sutileza da natureza