26 junho, 2011


Um sentir só

quero falar desse nada em minha garganta
de esse vazio sentir que meu peito sustenta
dessa certeza única que meu ser alcança
quebra minhas pernas e me deixa suspensa

com o corpo em dor recostado na mureta
pó perplexo desejando vento pra voar
correr a cruenta jornada ao céu de pureza
ou permanecer poeira presa a vida toda

sedenta, cede ao toque das estrelas nuas
sôfrega sede faz uivar cães na rua vazia
ímpios olhos acusam esse momento vulgar
ímpetos sossegados na vida sem valia

2 comentários:

  1. " correr a cruenta jornada ao céu de pureza ou permanecer poeira presa a vida toda?...

    Belo; incógnito, peculiar...
    Abraços poéticos.

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  2. A dor sempre se faz silencio
    O silencio sempre se faz grito
    (entre vazios)

    Boa e sentida poesia

    Bjo.

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